quinta-feira, 10 de abril de 2014

Manifesto da Cozinha Goiana* [0. Prólogo]

De Gilberto Mendonça Teles* 
A Waldomiro Bariani Ortêncio

Bariani Ortêncio (esquerda).
Gilberto Mendonça Teles (direita)
Prólogo

Na cozinha goiana a fartura tem níveis
E dias de festa.
Há coisas que variam de ritmo
das águas e das secas.
E coisas reservadas
Nesse espaço indeciso entre a roça e a cidade.

Apesar das influências que vêm de todo lado,
apesar dos pesares e dos próprios goianos
Sem forma e tradição,
Nós sabemos muito bem
Que a essência da comida goiana não se altera
E parece que sempre se manterá a prova
Do discurso do arroz com pequi e guariroba.

Há tempos de animais e tempo de verdura
Tempo de caça grossa, de mundéus e jiraus,
Tempo feito de espera na flor do pequizeiro,
Tempos de peixes raros riscando a correnteza,
batendo nos remansos e pesando nos casos
dos sacos e jequis.

Mas o melhor dos tempos é o das frutas
(que por lá quer dizer jabuticaba),
É o tempo dos legumes, das mil espécies
De plantas e misturas que excitam os sentidos
E despertam o requinte da gula e da sobrevivência
Do que se diz e chama o nosso trivial.


Manifesto da Cozinha Goiana* [1. Animais]

De Gilberto Mendonça Teles* 
A Waldomiro Bariani Ortêncio

Bariani Ortêncio (esquerda).
Gilberto Mendonça Teles (direita)
Animais

Filé de capivara
Farofa de tatu
Churrasco de queixada
Fígado de anta e miúdos
De veado mateiro
E mais a paca assada
Postas de jacaré
Carne de porco e gado
E lombo de cutia
Tudo bem temperado
Se possível de véspera
E com boa porção
De pimenta e limão.












Manifesto da Cozinha Goiana [3. Peixes]*

De Gilberto Mendonça Teles* 
A Waldomiro Bariani Ortêncio

Bariani Ortêncio (esquerda).
Gilberto Mendonça Teles (direita)
Peixes

Piracanjuba ao forno
Cozido de dourado
Pirapitinga frita
Piampara na telha
E pacu recheado
Moqueca de filhote
Ou surubim pintado
Ensopado de piau
Lambari na farinha
Tira-gosto de bagre
Ou de mandi-chorão
O peixe-fora-d'água
Ou na cinza moqueado
E mais as tartarugas
À moda carajá
E mais o pirarucu
Cozido com cebola
E mais a carne arisca
De algum tucunaré
E até o gosto térreo
De algum papa-terra
Ou mesmo matrinxã

Tudo fica rico
De aroma e paladar
Se há uma boa porção
De pimenta e limão.


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Manifesto da Cozinha Goiana [4. O Trivial]*

De Gilberto Mendonça Teles* 
A Waldomiro Bariani Ortêncio

Bariani Ortêncio (esquerda).
Gilberto Mendonça Teles (direita)
4. O Trivial

Ah! o arroz com guariroba, o arroz maria-isabel!
o arroz-de-moça-pobre, o delícia, o casadinhos,
o arroz feito com suã, o fulvo arroz com pequi!
E o feijão frito e o pagão, feijão-caipira ou tropeiro,
tutu de arroz e feijão?
E a almôndega batida,
o angu-de-milho-e-quiabo? e o refogado-de-milho,
a cambuquira, o quibebe, o molho-pardo, a paçoca,
o escaldado-de-farinha-de-milho, a galinhada,
a frigideira-de-umbigo-de-bananeira, o cará,
a tigelada-de-queijo, de mamão verde e chuchu,
e o maxixe, o mangarito, as empadas-de-domingo,
carne-de-porco-na-lata, pamonha de todo jeito?

Tudo isso e mais a fomeda cidade e do sertão,
tudo isso e mais o gosto
da pimenta e do limão,
tudo isso, minha gente,
vai perdendo a tradição,
vai ficando na saudade,
na forma de algum refrão,

de algum discurso eficaz
que possa matar a fome
comendo apenas o nome
das comidas de Goiás.

Helena Vasconcelos e Seus Retratos de Goiás

Encontrei Helena Vasconcelos na rede por acaso. Encantei-me com suas cores, seus retratos e retalhos.
Um olhar intenso sobre a cultura goiana e que (perdoem-me a pretensão!) quero levar comigo através do Meu Mediterrâneo.












Arte do Tear (2010),
by Helena Vasconcelos

















Catira Filhas de Aparecida,
by Helena Vasconcelos












Colheita de Algodão 1 (2010),
by Helena Vasconcelos













Colheita de Algodão 2 (2010),
by Helena Vasconcelos
















Cultura e Tradição de Bela Vista (2010),
by Helena Vasconcelos










Festa Junina,
by Helena Vasconcelos


















Fiandeiras de Bela Vista (2010),
by Helena Vasconcelos










Folclore Goiano (2010),
by Helena Vasconcelos



















Mutirão de Fiandeiras (2010),
by Helena Vasconcelos


















Os Violeiros de Bela Vista (2010),
by Helena Vasconcelos



















[...] (2011),
by Helena Vasconcelos

















[...] (2011),
by Helena Vasconcelos

segunda-feira, 24 de março de 2014

Azulejo Português 23
















Jorge Martins, estação de metropolitano
de Chelas, Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 22













Eduardo Nery, paineis de azulejos, 1987-91,
estação de metropolitano do Campo Grande,
Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 21






















Júlio Pomar, painel de azulejos, c. 1989, estação de
metropolitano do Alto dos Moínhos, Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 20















Sá Nogueira, painel de azulejos,
estação de metropolitano das
Laranjeiras, Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 19















Maria Keil, paineis de azulejos,
estação de metropolitano do Martim
Moniz, c. 1971, Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 18






















Querubim Lapa, revestimento de azulejos,
1963, Casa da Sorte, Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 17






















Júlio Pomar, painel de azulejos, c. 1958,
Av. Infante Santo, Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 16














Sá Nogueira, painel de azulejos, c. 1959,
Av. Infante Santo, Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 15














Carlos Botelho, painel de azulejos,1956-57,
Av. Infante Santo, Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 14














Maria Keil, O mar, 1958-59, painel de azulejos,
Av. Infante Santo, Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 13















Jorge Barradas, painel de azulejos, 1957,
Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 12
















Casa do Ferreira das Tabuletas.
Rua da Trindade, Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 11




















Fábrica Viúva Lamego,
Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 10






















Painel de azulejos publicitários em
edifício de Abrantes, Santarém, Portugal.

Azulejo Português 9













Painel rococó no jardim do
Palácio Nacional de Queluz,
Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 8

















Azulejos no Jardim do Paço,

Castelo Branco, Portugal.

Azulejo Português 7













Azulejos de padrão no 
Claustro do Cemitério no
Convento de Cristo, em

Tomar, Santarém, Portugal.

Azulejo Português 6




















Revestimento de azulejo
estampilhado na Igreja de

São Martinho, Argoncilhe,
Aveiro, Portugal.

Azulejo Português 5






















Azulejos com motivo de esfera armilar

no Pátio da Carranca, Palácio Nacional
de Sintra, Lisboa, Portugal.

Azulejo Português 4















Azulejos de padrão com faixa no
Paço de São Cipriano, Tabuadelo,
Conselho de Guimarães, Portugal.

Azulejo Português 3















Conjunto azulejar azul e branco composto
por motivo de dezesseis peças.Igreja
Matriz de Argoncilhe, Aveiro, Portugal.

Azulejo Português 2

















Albarrada com motivos florais em 
silhar
na Casa dos Patudos, Alpiarça, Portugal.

Azulejo Português 1


















Painel de azulejos da autoria de
Jorge Colaço (1922) ilustrando
uma cena da Batalha de Aljubarrota
que, em 1385, opôs os exércitos
Português e Castelhano. Em exposição no
Parque Eduardo VII, em Lisboa, Portugal.